Em avaliações de aprendizado as perguntas de múltipla escolha são comumente utilizadas para avaliações porque são fáceis de classificar e são classificadas de maneira mais objetiva do que alguns outros formatos de avaliações. Porém há muitas reclamações referentes às perguntas de múltipla escolha alegando que estas não devem ser usadas porque elas avaliam apenas a recuperação de conteúdos e que são óbvias demais. Será?
É como dizer que o PowerPoint é ruim, porque os slides muitas vezes têm letras pequenas que não são lidas facilmente. O tipo pequeno e ilegível nos slides não é culpa do PowerPoint, mas da pessoa que cria os slides!
Da mesma forma, as perguntas de múltipla escolha que medem apenas a recordação do conteúdo são culpa do designer instrucional que cria a pergunta e não do modelos de avaliação em si. Escrever boas perguntas de múltipla escolha é uma habilidade essencial para quem cria instruções, ouviu designer instrucional?
A pesquisa mostra que perguntas de múltipla escolha podem, quando bem escritas, simular o desempenho, especialmente se estivermos perguntando sobre decisões e etapas a serem tomadas. Da mesma forma, perguntas bem escritas de múltipla escolha têm muitas vantagens como método de avaliação, incluindo o fato de podermos avaliar mais conteúdo em um período menor se usado outros formatos de avaliação como, por exemplo, perguntas de desenvolvimento. Porém ainda assim a maioria não está bem escrita.
Pesquisas mostram que muitas questões de múltipla escolha apresentam uma série de falhas que prejudicam as avaliações, confundem os participantes e causam muitos outros problemas para pessoas e organizações, incluindo o potencial de problemas legais. Veja quanta responsabilidade tem o designer instrucional!
Veja as três falhas comuns encontradas em perguntas de múltipla escolha e o que você deve fazer em cada caso.
O problema: Os participantes mais experientes fazem o que podem para eliminar algumas das opções de resposta, especialmente quando não tiverem certeza. Isso lhes dá uma melhor chance de adivinhar a resposta certa. Cá entre nós: sabemos que a resposta mais longa costuma ser a correta. Isso ocorre porque geralmente incluímos mais detalhes na resposta correta. Mais detalhes geralmente significam uma opção de resposta mais longa.
O que fazer: Escreva todas as opções de respostas para que tenham o mesmo comprimento. Às vezes é muito, muito difícil de fazer. Nesse caso, considere escrever duas respostas mais curtas e duas respostas mais longas.
Mas se as respostas mais longas forem mais detalhadas, as pessoas sabem que provavelmente estão corretas. Nesse caso, eles poderão eliminar duas das quatro respostas, facilitando a adivinhação.
Problema: As perguntas devem ser focadas, concisas e claras. Se incluirem informações desnecessárias, as pessoas farão o possível para entender como essas informações se relacionam com as opções de resposta. Isso aumenta o esforço mental da pergunta de maneiras desnecessárias e diminui o valor da pergunta.
O que fazer: Mantenha todas as opções de resposta semelhantes em tamanho e nível de detalhe.
Problema: esse tipo de opção de resposta é um exemplo muito utilizado em avaliações de múltipla-escolha e acaba dando a impressão que é um curso mal projetado para quem é avaliado. Estamos bastante cansados de ouvir sobre o quanto algumas avaliações são absurdas e em conversar de corredor tropeçarmos com comentários e perguntinhas do tipo “você viu que avaliação óbvia?”
O que fazer: Simples! Escreva perguntas melhores. Nunca use "Todas as opções acima" ou "Nenhuma das opções acima" como opções de resposta jamais. Você perde seu tempo em projetar e o colaborador perde o seu precioso tempo sendo mal avaliado.
Como as perguntas de múltipla escolha mal escritas são um problema generalizado, acesse o curso online de design de avaliações para aprender a como melhorar suas avaliações e não ficar com a fama de designer instrucional mal informado. Triste fato não é? Mas é bastante real.
IDI - Instituto de Desenho Instrucional
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