Autor: Stavros Panagiotis Xanthopoylos - Diretor ABED Às vésperas de comemoramos o Dia Nacional da Educação a Distância, instituído oficialmente para o dia 27 de novembro, podemos afirmar que nunca se viu tanta exposição, discussão e ação na área de EaD no Brasil. Fruto do processo eleitoral onde a EaD protagonizou a divulgação de fake news querendo minar as propostas de democratização, melhoria e modernização do ensino brasileiro geradas nos planos do governo do Presidente eleito. Resultou até na implantação, pelo MEC, de aulas com mediação tecnológica em 500 escolas, no apagar das luzes da gestão. Que coisa boa! Vivemos num ambiente integrado pela rede mundial, a Internet, com as ferramentas de redes sociais que permitem a comunicação de muitos com muitos, geração de conglomerados de redes de interesse, unindo “hubs” individuais e grupais, independente de tempo e espaço. Ou seja, outrora o que era exclusivo àqueles que estudam em grupos fechados, na modalidade a distância, hoje, a interação, o compartilhamento, a disseminação e a colaboração coletiva estão integrados às nossas vidas pessoais, profissionais e na educação, no amplo sentido, neste novo ciberespaço de comunicação. Assim, qualquer ser humano que possuir um dispositivo smart pode ser considerado um aluno dito “a distância”, hoje. Por outro lado, não podemos mais diferenciar a educação em modalidades, como fazemos no Brasil, definindo porcentagens de carga a distância nos cursos, tanto nos ensinos médio quanto no superior. O processo resume-se em um continuum que vai do presencial puro ao online puro, perpassando desenhos pedagógicos que incluem aplicar tecnologias educacionais e de comunicação no presencial, modelos híbridos ou blended. Assim, os esforços para estabelecer diretrizes pedagógicas voltadas ao ensino devem necessariamente levar em consideração modelos que objetivem uma integração maior, a qual denomino de tecnopedagogia. Desenha-se cursos visando a atender os seguintes requisitos: o público alvo, o objetivo da aprendizagem e os meios para entregar o curso de forma sustentável. Desse modo, os cursos verdadeiramente a distância resumem-se naqueles por correspondência em que se recebe o material pelo correio e as entregas, dúvidas ou qualquer interação são feitas pelo correio. Qualquer outra combinação de modelo pedagógico de entrega de curso aproxima o aluno ao conteúdo, o professor ao aluno, permite colaboração e zera as distâncias flexibilizando o tempo por causa da possibilidade do uso das tecnologias educacionais e de comunicação. Assim, desde de 2008 quando discuti esse assunto, pela primeira vez, com o diretor da escola de negócios da Open University da Inglaterra, em visita ao Rio, chegamos a essas conclusões. Meu nobre colega Prof. Romero Tori cunhou a frase Educação sem Distância. Há algumas semanas em discussões com o meu colega e parceiro, Antonio Pinto, achamos interessante manter a sigla consagrada de EaD, porém introduzir uma nova visão, um conceito que atualize seu significado sem a perda de sua pluralidade de escopos. Nesta era digital com a integração de tecnologias de comunicação, educação e metodologias ativas, entre outros instrumentos faz-se jus crismarmos a EaD como Educação com aproximação Digital©. Com essa visão poderemos fazer novos marcos e instrumentos de qualidade, por exemplo, mais aderentes com a realidade da educação para o século XXI. Os modelos a serem gerados doravante têm necessariamente que levar em consideração o foco nas pessoas e suas necessidades de aprendizagens, tanto para suas formações , básica ou continuada, ou meramente para aquisições de conhecimento, conforme interesse de cada um, e ,obrigatoriamente, incluindo a formação de cidadãos digitais, seja na transformação de nativos digitais ou na inclusão dos ditos imigrantes digitais para que possamos colocar o Brasil no mapa mundial de novo como um pais competitivo e grandioso. O modelo de aprendizagem será consequência para atender às demandas individuais. O ambiente gerado à aprendizagem, naturalmente promove a colaboração, a discussão mais ampla, tem foco na informação e conhecimento relevantes para soluções de problemas reais, entre outras vantagens. Ressalta-se que o cidadão do futuro não é linear e está livre de coisas como seu holerite, ele busca empreender, decidir ações e realizar a sua razão de ser, esse ambiente indicado para o processo educacional propicia o desenvolvimento dessas habilidades, além de formar pessoas mais flexíveis, disciplinadas, com melhor atuação em grupo, melhor domínio das ferramentas de TIC’s e por serem digitais , são melhores preparadas para o mundo de hoje. Não é à toa que há mais de 10 anos países como Alemanha, Espanha e Canadá preferem contratar profissionais formados em EaD, lembrando que estamos falando de Educação com aproximação Digital. O maior movimento de democratização do conhecimento do mundo não tem volta e para enfrentarmos o desafio de demandas, sem fronteiras, de mais de 130 milhões de demandantes de ensino superior até 2030, conforme previsão da UNESCO, além dos números de educação profissionalizante e continuada teremos necessariamente que utilizar de modelos em EaD. A nova EaD, é claro!!! Viva o Dia da EaD no Brasil! Parabéns a todos que de alguma forma dedicam as suas vidas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, fazendo com que chegue a oportunidade de aprendizagem onde elas estiverem! Publicado originalmente em: https://www.linkedin.com/pulse/educa%C3%A7%C3%A3o-na-era-digital-nova-vis%C3%A3o-e-o-papel-da-ead-xanthopoylos
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