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O que o Design, a Psicologia e o Marketing têm a Ensinar ao T&D?


A aprendizagem no contexto corporativo exige cada vez mais versatilidade de pensamento. Espera-se que um designer instrucional domine teoria, ferramentas, tecnologia, engajamento, performance — e ainda acompanhe as transformações do mundo do trabalho.


Nesse cenário, a transdisciplinaridade se torna uma competência-chave. Não se trata apenas de buscar inspiração fora da educação, mas de integrar saberes de outras áreas para resolver problemas reais de aprendizagem com mais profundidade e criatividade.


Neste artigo, exploramos como disciplinas como design, psicologia e marketing podem enriquecer o trabalho em T&D, com exemplos práticos de aplicação e reflexões para ampliar o repertório de quem atua na formação de adultos.


O que é transdisciplinaridade — e por que ela importa no T&D?


Diferente da interdisciplinaridade (que aproxima áreas afins) ou da multidisciplinaridade (que coloca saberes lado a lado), a transdisciplinaridade propõe um nível de integração mais profundo: cruzar fronteiras conceituais para gerar novas formas de pensar e agir.

Na prática, isso significa olhar para um desafio de aprendizagem e perguntar:


  • O que a psicologia pode explicar sobre o comportamento desse público?

  • Que soluções o design de produtos oferece para problemas de usabilidade?

  • Como o marketing cria experiências que geram desejo, atenção e ação?


Essa abordagem amplia não apenas os métodos disponíveis, mas também o modo como compreendemos o papel da aprendizagem nas organizações — como um motor estratégico de mudança e desenvolvimento.


O que o Design nos ensina?


O design vai além da estética: é uma forma de resolver problemas com foco no usuário. Aplicado ao T&D, o pensamento de design ajuda a:


  • Mapear a jornada do aprendiz: como ele se sente, o que espera, onde encontra barreiras?

  • Prototipar soluções: testar ideias de forma rápida antes de investir pesado na produção.

  • Ajustar a experiência com base em dados e percepção de valor.


Incorporar o olhar do design ao processo de aprendizagem significa tratar o conteúdo como experiência interativa, e não como mera entrega de informações. Esse tipo de abordagem exige empatia e escuta ativa — dois princípios centrais em qualquer processo de criação educacional centrado no aluno.


O que a Psicologia nos ensina?


A psicologia nos oferece fundamentos essenciais para compreender como adultos aprendem, mudam e agem. Teorias como a da Autodeterminação (Deci & Ryan), da Carga Cognitiva (Sweller) e da Andragogia (Knowles) são pilares para decisões de design mais conscientes.


Além disso, temas como:


  • Motivação intrínseca e extrínseca

  • Resistência à mudança

  • Atenção e memória

  • Autorregulação da aprendizagem


... ajudam a identificar obstáculos invisíveis nos treinamentos, que muitas vezes são atribuídos a “falta de interesse” ou “baixa adesão”, quando na verdade refletem falhas no entendimento do comportamento humano.


O que o Marketing nos ensina?


Pode parecer surpreendente, mas muitos dos desafios de T&D são também desafios de comunicação e posicionamento. O marketing ensina a pensar em:


  • Audiência: quem é o público e o que ele valoriza?

  • Mensagem clara: qual é o benefício direto daquilo que está sendo proposto?

  • Engajamento: como gerar interesse genuíno e manter a atenção ao longo da jornada?


Um curso, assim como uma campanha, precisa ser pensado desde o primeiro contato com o participante: título, convite, ambientação, tom da linguagem, percepção de valor. Isso não é superficial — é estratégia para que a aprendizagem aconteça de verdade. E, principalmente, continue depois do encerramento formal da capacitação.


Integração como diferencial do designer instrucional


Profissionais de T&D que sabem navegar entre essas áreas desenvolvem soluções mais completas e inovadoras. Isso não significa se tornar especialista em tudo, mas ter repertório suficiente para buscar colaborações inteligentes, traduzir conceitos de outras áreas para o contexto da aprendizagem, e criar experiências mais eficazes e conectadas com os desafios reais das organizações.


Adotar uma visão transdisciplinar é, também, se preparar para os novos papéis que o designer instrucional vem ocupando: curador, estrategista, facilitador, analista, articulador. Quanto mais repertório, maior a capacidade de atuação crítica e criativa.


Conclusão


A educação corporativa vive um momento de transformação — e com ela, o papel do designer instrucional. Para acompanhar esse movimento, é preciso ampliar o olhar e buscar conexões entre saberes diversos, que ajudem a enfrentar os desafios da aprendizagem com mais profundidade e eficácia.


A transdisciplinaridade não é um luxo teórico. É uma necessidade prática. E quanto mais integrarmos os aprendizados do design, da psicologia e do marketing ao nosso dia a dia, mais potentes serão as experiências que criamos.



IDI Instituto de Desenho Instrucional

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