Se uma nova versão de um produto está para ser lançada, é esperado que a empresa diga aos clientes ou usuários que a próxima experiência será melhor e mais rápida. É o básico. Mas, quando se trata de inteligência artificial (IA), os limites parecem estar ampliados, e as entregas chegam a uma velocidade, por vezes, surpreendente. Qual é o limite para os modelos de linguagem em larga escala (LLMs, na sigla em inglês)?
A OpenAI, nesta segunda-feira, 13, esticou a corda e apresentou o GPT-4 o, uma atualização bastante robusta do antecessor GPT-4 Turbo, apresentado em novembro de 2023. O “o” nesse caso vem do latim “omni”, que significa “tudo”. Em uma transmissão descontraída, a CTO da empresa, Mira Murati, testou ao vivo — formato em desuso na indústria justamente para evitar constrangimentos quando a tecnologia falha — e exibiu uma IA mais humana no tom de voz, adaptável e agora capaz de interpretar o mundo real por meio da câmera do smartphone.
Entre os destaques do upgrade, está a interação mais natural e aparentemente continua, eliminando a necessidade de chats novos e separados para quando a conversa muda do texto para voz.
Mira Murati, CTO da OpenAI: executiva demonstrou ao vivo as novidades do ChatGPT
Digamos que agora tudo acontece em tempo real. Fale, escreva, mande arquivos e imagens para o GPT e haverá continuidade na conversa.
Durante o evento, os desenvolvedores interagiram com o modelo GPT-4 o, que mostrou a habilidade de detectar variações na respiração, como quando o desenvolvedor Mark Chan simulou que estava nervoso por fazer uma transmissão ao vivo.
A apresentação destacou ainda melhorias no reconhecimento de imagens. Um exemplo prático foi a identificação de uma equação matemática simples, onde o ChatGPT auxiliou na resolução de uma equação de primeiro grau (3X + 1 = 4).
"O novo ChatGPT estará disponível para desenvolvedores com o dobro da velocidade, 50% mais barato e com limites de taxa cinco vezes maiores em comparação ao GPT-4 Turbo", disse Mira, ao comentar como será a versão para empresas do ChatGPT, hoje usado para como base para milhares de chatbots de atendimento.
Também foram mencionadas melhorias na qualidade e velocidade em 50 idiomas diferentes, visando alcançar o maior número possível de pessoas. A equipe destacou o desafio de garantir a segurança dessas tecnologias e mencionou a colaboração com diversos setores para mitigar possíveis abusos por pessoas mal-intencionadas.
Google trará respostas amanhã
A escolha da OpenAI de exibir seus avanços não foi por acaso. Amanhã, terça-feira, 14, o Google fará o evento I/O, uma data tradicional da empresa para o anúncio de novos projetos.
Mas a empresa comandada por Sam Altman quis antecipar sua posição na corrida da IA, levando tudo à mesa um dia antes. Sobre o que o Google fará, apenas especulações por meio do que a empresa vem apresentando.
Entre elas, há a de que o Gemini, o equivalente do Google para o ChatGPT, trará mais integração com o buscador e se valerá mais da função Google Lens, ao moldes do que hoje está disponível apenas por meio do smartphone da Samsung, na linha Galaxy S24.
Mas será do jeito Google. Espera-se testes gravados e ensaiados, condizentes com uma empresa de US$ 2 trilhões em de valor de mercado.
Muito diferente da descontraída OpenAI, que ainda é vista pelas gigantes 'antigas' do Vale do Silício como uma startup barulhenta — mas que cada vez mais incomoda.
IDI Instituto de Desenho Instrucional
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